As cores estão de volta, fato. Será o fim dos cinquenta tons de cinza?
Vimos nos últimos anos o cinza e o preto invadirem a arquitetura e o design de interiores. Estilo industrial, design escandinavo, minimalismo e outras inspirações. Cimento queimado, blocos e concreto aparente … tubos, fios e esquadrias pretas.
Simples e bonitos esses detalhes criam ambientes CONTEMPORÂNEOS, sofisticados e cheios de personalidade. Mas também temos que admitir que um tanto frios e “distantes”.
Confirmando essa ideia vemos junto a adoção cada vez mais intensa de vegetação na arquitetura e na decoração, na intenção de dar mais vida aos interiores.
Mais recentemente, com influência clara da moda e do comportamento, as cores começaram a ganhar força na decoração. Ainda um pouco tímida mas com muita EXPRESSIVIDADE. Combinações monocromáticas de cores intensas têm agradado muito a arquitetos e designers.
Outra tendência clara são as cores pastéis que bem utilizadas dão um toque vintage ao projeto sem se perder a atmosfera contemporânea.
Então quer dizer que o cinza acabou? Não vamos mais ver o cimento e as pedras cinzas tão aclamadas?
Eu acho que não. O cinza não acabou.
A grande vantagem da evolução do design para mim é que não precisamos mais substituir uma coisa por outra.
Vejam só essas três ideias muito questionáveis:
1- o costume do “é isso ou aquilo”, se eu adotar um estilo não posso usar outro.
2- o novo substitui o velho, como adora e prega a indústria do consumo.
3- não serve mais, joga fora. O mau hábito do descartável.
Todos esses conceitos estão em franca decadência.
Para nós designers que somos formadores de opinião (ou pelo menos para mim) o que manda hoje é: “isso e aquilo”, “isso mais aquilo”, “TUDO AO MESMO TEMPO”.
Sustentabilidade, reciclagem, reuso, transformação. Essas são as tendências mais fortes.
Por isso digo que as cores estão de volta mas o cinza não acabou.
Eu uso o cinza, o azul, o verde e o rosa. O amarelo, o vermelho, o roxo e o laranja. O preto e o branco.
E principalmente uso o que mais eu quiser. Isso é tendência. E viva a LIBERDADE de expressão.
Ponto de vista muito bem articulado. Parabéns!